Caros,
Antes de ontem estive em uma reunião que aconteceu na Abrava convocada a partir da mesa redonda do DN projetistas para criar um plano de ação conjunto com outras entidades e profissionais, junto a ANVISA e outros órgãos oficiais sugerindo a alteração da RE 09 e portaria 3523 sobre a qualidade do ar, incluindo a NBR 16401 como sendo a referência para filtragem, taxa de ar externo entre outras que contribuem para a qualidade do ar interno.
Mas, durante a reunião foi
colocado pelos projetistas, principalmente pela Sandra Botrel de BH que
inúmeras vezes é impossível atender à exigência da filtragem para aplicação
daquela tabela da NBR 16401. Isto tem sido uma tônica desde quando a norma foi
publicada.
Em princípio descordei, mas
depois tive que concordar pois não existe uma justificativa para tal exigência
de eficiência de filtragem para partículas de 0,4 micron ou gravimétrica e a
quantidade de partículas máxima interna por faixa de tamanho prejudicial á
saúde (PM 10 e PM 2,5).
Este único ponto (filtragem)
tem gerado problemas de “credibilidade” da norma levando ao seu descumprimento
também de outros pontos que está bastante adequada. De antemão declaro que eu
não sou a favor da adaptação das exigências da norma ao que o mercado deseja
cumprir e este não é o objetivo deste email.
O programa do procel
estabelece que se alguma parte da norma não for cumprida a risca, a nota é
rebaixada e não são raros os casos em que projetos muito bons tem pontuação no
quesito ar condicionado somente porque não tem a filtragem indicada na tabela
da norma.
Pois bem, a questão é:
Precisamos descriminar o que
é a filtragem do ar externo (que é influenciado pela qualidade do ar externo e
depende da região) e a filtragem na recirculação (que é influenciado pelo tipo
de ocupação)? A NBR 16401 não trata desta diferença.
Será que em algumas
aplicações é preciso de filtros na recirculação com eficiência indicada na
tabela, enquanto que dependendo da região pode ser que seja necessário outra
eficiência devido a qualidade do ar externo?
De onde veio a tabela da NBR
16401? Será que “não pesamos a mão” quando aprovamos esta tabela e isto está
atrapalhando a aplicação plena da norma?
Não se trata adaptarmos a
norma aos fabricantes de equipamentos (como foi o argumento na ocasião do
atendimento da norma), o que estamos questionando é que não temos uma
justificativa plausível (com base em pesquisas nem no Brasil nem no resto do
mundo) para sustentar a exigência da tabela (ou será que temos?). Pode ser que
estas exigências estejam adequado e se assim for devemos sim exigir que seja
cumprida como está!
Conclusão da reunião,
precisamos fazer a lição de casa em paralelo com a ação de levar para os órgãos
oficiais (Teremos hoje uma reunião na OAB de São Paulo para tratar deste avanço
para a cidade de São Paulo capitaneada pelo Dr. Sidney de Oliveira) está a
sugestão de adotar a norma pois corremos o risco de darmos exigências para o
mercado que não estará preparado para atender sem termos certeza de que este
seja de fato necessário.
O exemplo que dou é o caso
das vigas frias que tem a circulação por convecção natural ou induzida pelo ar
externo e “recirculam” o ar sem nenhum tipo de filtragem e não me parece que
isto seja uma situação não aceitável. Se assim for, podemos estabelecer
filtragem mínima para o ar externo dependendo da região e uma filtragem
diferente internamente dependendo da ocupação, assim ficaria mais transparente
e fácil de atender e não perderíamos o efeito de assegurar a qualidade do ar
interno.
Finalizando, precisamos nos
pronunciar como sociedade técnica nos próximos dias com os argumentos ou
referências internacionais que comprovem que as eficiências da tabela são
realmente necessárias. Não basta dizer que outras normas internacionais adotam
então serve para nós já que eles mesmo podem estar “pesando a mão” devido à
suas próprias capacidades.
Ficamos todos no aguardo de
suas opiniões e de concentrarmos esforços em uma mesma direção como
participantes da sociedade técnica brasileira pelas diversas entidades Anprac,
Abrava, DN projetistas, sindicatos e profissionais para se necessário for
Wili Hoffmann
Posto a seguir o comentário do Eng. Celso Simões, sob sua autorização:
ResponderExcluirPrezados
Confesso que recebi com preocupação algumas consultas e comentarios sobre o que se passou na reunião dos projetistas, continuada depois na ABRAVA. Infelizmente minhas novas responsabilidades no grupo TROX têm impedido de participar ao vivo no debate, mas quero deixar aqui minha contribuição.
- A posição do Willy me parece ponderada e uma boa base para inicio da discussão mas nalguns pontos penso diferente e eles aí vâo.
1-A norma que durante anos nos serviu de base para definir critérios foi a ASHRAE STD 52,1 e ela não falava em particula de 0,4 mas em teste colorimetrico. O que os europeus descobriram é que os filtros que o STD 52,1 classificava por DUST SPOT ou colorimetrico se chegava ao mesmo resultado testando para particula de 0,4 micron.
2-Na epoca em que se discutiu a 16401-3 participou muita gente e o assunto foi exaustivamente debatido mas olhando a norma que agora é a mais usada nos USA a ASHRAE STD 52.2 encontrável no capitulo 28 do 2008 HVAC SYSTEMS and EQUIPMENT DA ASHRAE para Better Commercial Buildings começa no MERV 12 e tem nesse grupo como menos efficiente o MERV 9 que é o nosso F5. Estamos então pedindo o menos eficiente.
3-Se formos para a norma europeia EN 13779 disponivel na internet classifica a qualidade do ar no critério IDA. Analisemos o IDA 3 que eles chamam de MODERATE IAQ e fico neste, o segundo da escala a partir do fim, ( O melhor é o IDA 1) por ser o que acolhe a quantidade de ar exterior que esta vigente no Brasil 27 m³/h/pessoa.Pede como estagio de filtragem SE O AR EXTERIOR FOR IDA 1 o que nem de longe é o nosso caso FILTROS F7. Se for um ar tipo S,Paulo ou Rio ou BH que acho devem ser IDA 2 ou IDA 3 pedem 2 ESTAGIOS DE FILTRAGEM F5/F7 Ora nós só estamos pedindo na norma brasileira F5. Então me desculpem parece que em vez de tratarmos da FEBRE estamos pondo na mesa a hipótese de QUEBRAR O TERMOMETRO.
Um ultimo comentário sobre VIGAS FRIAS. A indução do ar nas vigas frias é normalmente uma relação de 1 para 2 e o ar primario das vigas TEM SIM QUE SER FILTRADO ADEQUADAMENTE COM F5 PELA NOSSA NORMA. Um difusor que não seja de alta indução tem um coeficiente indução de 15 e não de 2 então não acho que se possa usar vigas frias como exempllo. ALEM DO QUE VIGAS FRIAS TRABALHAM COM SERPENTINA SECA E ASSIM NÃO HÁ PROLIFERAÇÃO DE MICROORGANISMOS, NÃO HÁ BIOFILME, A POEIRA QUE EVENTUALMENTE EXISTA NO AR NÃO ADERE e será retirada pelo ar de exautão (sobrepressão) A que ficar com tempo de residencia no ar da sala é menor que a de um sistema sem vigas frias.
4- O caminho que parece começamos a trilhar pode não ter fim.Logo vamos baixar a taxa de ar exterior, vamos nunca tratar, o que não fizemos até hoje da quantidade de refrigerante circulando nos nossos edificios sematender ao STD 15 da ASHRAE etc etc.
Confesso senhores, ESTOU MUITO PREOCUPADO.
Abraço a todos
Celso Simões Alexandre