quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

É possível reciclar o ar?

A busca constante por melhor aproveitamento do ar em ambientes internos visando a redução no consumo de energia de instalações comerciais tem incentivado os engenheiros e projetistas de sistemas filtrantes a desenvolver soluções cada vez mais ousadas.
De modo geral, os ambientes internos condicionados já costumam trabalhar com taxas de ar de retorno bastante elevadas, sob o objetivo de otimizar o rendimento térmico da instalação.
Entretanto este tipo de solução geralmente pode acarretar maiores níveis de gases internos (CO2 e outros voláteis orgânicos) comprometendo a qualidade do ar interno e o bem estar dos ocupantes.
Neste sentido, como pode-se equalizar esta questão?
Algumas alternativas vêm sendo empregadas com sucesso, como o uso de recuperadores de energia, rodas entálpicas, etc, capazes de permitir o aumento da taxa de ar externo nos sistemas, com menor impacto no consumo energético da instalação.
Mas, quando se dispõe de uma parcela de ar rejeitado (pela natureza da instalação), é possível reciclá-lo?
Felizmente sim.
Existem alguns estudos de caso nos quais, parcelas de ar de exaustão - de sanitários, por exemplo, são re-aproveitadas no insuflamento do ar, misturadas com o ar externo.
Trata-se de um procedimento de re-classificação do ar.
De acordo com a norma ASHRAE 62.1, o ar exaurido de sanitários é classificado como 2, isto é, "ar com concentração moderada de contaminantes, irritação sensorial leve ou com odores moderados". Este ar é, normalmente exaurido dos ambientes para a atmosfera.
Através de uma bateria de filtros químicos acoplada neste sistema, o ar anteriormente exaurido pode ser reclassificado (reciclado) para a classe 1, isto é, "ar com baixa concentração de contaminantes, baixa irritação sensorial e sem odores ofensivos".
Desta maneira, esta parcela de ar RECICLADO pode ser misturada ao ar externo no sistema, favorecendo para a redução do consumo energético.

Este procedimento não se aplica em todos os casos, mas pode ser uma boa alternativa para a obtenção de redução do consumo energético e, eventualmente, pontos LEED de inovação.

Por. Eng. José A. Senatore